LEI Nº 58, 09 DE MAIO DE 1994

 

DISPÕE SOBRE A CRIAÇÃO DE PONTOS DE TÁXI, ESTABELECE REGRAS PARA CONCESSÃO E UTILIZAÇÃO DE PONTOS DE TÁXI E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

 

O PREFEITO MUNICIPAL DE VILA PAVÃO, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, faço saber que a Câmara Municipal aprovou, e, eu sanciono a seguinte Lei:

 

Art. 1º Para ter direito à concessão de pontos de táxi, de competência do município, o postulado deverá preencher os seguintes requisitos:

 

I - Ter veículo apropriado para aluguel, devidamente aprovado pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos.

 

II - Obrigar-se a cumprir as exigências desta Lei e de normas baixadas pelo Poder Executivo e pelos demais órgãos com autonomia para gerir os pontos de taxi.

 

III - Assumir o compromisso de não transferir o ponto concedido pelo prazo mínimo de 04 (quatro) anos.

 

IV - Assumir o compromisso de manter o veículo que será utilizado como taxi no ponto respectivo.

 

V - Comprometer-se a submeter a vistoria da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos, para aprovação, veículo que pretenda substituir o anteriormente aprovado.

 

Art. 2º As concessões se darão mediante existência prévia de ponto de táxi no local pretendido, devendo o processo respectivo ser instruído com os seguintes documentos:

 

I - Compromissos e obrigações assinados pelo pretendente na forma do artigo anterior.

 

II - Prova de vistoria do veículo pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos.

 

III - Documentos de veículos por cópia autenticadas por tabelião ou pelo próprio funcionário que os receber, se lhe forem exibidos os originais.

 

IV - Documento comprobatório de que o pretendente é habilitado a conduzir veículo de aluguel ou de que tem motorista plenamente habilitado para essa finalidade.

 

V - Outros documentos exigidos pelo Poder Executivo Municipal.

 

§ 1º As concessões, obedecidas as demais exigências desta Lei e de regulamentos, serão sempre feitas por licitação, a qual será mediante a publicação de edital com o prazo mínimo de 15 (quinze) dias antes do julgamento das propostas.

 

§ 2º Os documentos exigidos serão acostados aos processos de licitação, instruindo a respectiva proposta do pretendente.

 

Art. 3º A necessidade de licitação para concessão de pontos de taxi, no que concerne a existência do respectivo ponto a ser licitado e a conveniência da concessão, dependerá, sempre, de parecer prévio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos.

 

Art. 4º A criação de pontos de táxis dependerá:

 

I - De necessidade comprovada do ponto no local respectivo, assim reconhecida por parecer do Secretário Municipal de Obras e Serviços Urbanos, de oficio ou por provocação de qualquer do povo.

 

II - De Decreto do Prefeito Municipal.

 

Art. 5º O Secretário Municipal de Obras e Serviços Urbanos apresentará ao Prefeito Municipal relatório indicando a necessidade ou não de pontos de taxis e qual o número ideal de veículos em cada localidade e cada ponto, levando em consideração, dentre outros elementos, o da população de cada localidade e a demanda de aluguel de veículos para transporte individual de passageiros.

 

Art. 6º Nos locais em que haja mais concessões de que o número necessário de veículos para atender à população, havendo cancelamento de concessões, nos termos desta Lei, o Poder Executivo extinguirá, por decreto, os pontos referentes às concessões que forem extintas até se chegar ao limite necessário para atendimento à população.

 

Art. 7º As penas para descumprimento das normas estabelecidas nesta Lei, irão da suspensão até o cancelamento da concessão, podendo ou não ser cumulativa com sanções pecuniárias.

 

§ 1º Será advertido por escrito e multado em 01 (um) salário mínimo quem invadir ponto alheio.

 

§ 2º Será multado em 02 (dois) salários mínimos quem cobrar, pelo aluguel do veículo, preços acima dos fixados pela Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos, ou não obedecer às normas básicas fixadas para cobrança de tarifas de táxi.

 

§ 3º Será suspenso de trinta a cento e oitenta dias, além de arcar com multa de 03 (três) salários mínimos quem:

 

I - Reincidir na prática de qualquer dos atos tratados nos §§ 1º e 2º deste artigo.

 

III - Tendo a concessão, não explorar o ponto de táxi respectivo ou explorá-lo esporadicamente.

 

III - Deixar de dar cumprimento à decisão adotada pelo Executivo Municipal, depois de dela cientificada.

 

§ 4º Terá a concessão do ponto de táxi cancelada, com proibição de participar de licitação por prazo de até dois anos, além de multa de 02 (dois) salários mínimos, quem:

 

I - Multado, não pagar a multa no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias após a ciência da decisão,

 

II - Reincidir, por três vezes, na prática dos atos tratados nos §§ 1º e 2º deste artigo.

 

III - Reincidir, por duas vezes, na prática dos atos tratados nos incisos II e III do § 3º deste artigo.

 

IV - Vender o veículo utilizado como táxi e, no prazo de noventa dias, não substituí-lo por outro apropriado para o dito trabalho.

 

V - Vender o veículo utilizado como táxi sem prévia ciência a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos.

 

§ 5º Considera-se exploração esporádica, para os efeitos desta Lei, o trabalho por menos de 30 (trinta) horas por semana no ponto e/ou transportando pessoas

 

Art. 8º Observar-se-á as seguintes regras nos locais onde haja mais de um veículo no ponto.

 

I - Sempre sairá para viagens de qualquer distância o primeiro veículo da fila, seja em casos de chamada telefônica - onde houver telefone, seja quando o passageiro for ao ponto.

 

II - No caso de o motorista do veículo que estiver em primeiro lugar da fila não se encontrar no momento, a preferência referida no inciso anterior passa para o segundo veículo e assim sucessivamente.

 

III - Somente não se observará as regras dos incisos I e II se o passageiro optar por viajar em outro veículo que não seja o primeiro da fila.

 

IV - É proibido deixar o carro na frente da fila de um dia para o outro, salvo se o motorista dormir no veículo.

 

§ 1º O Prefeito Municipal poderá fixar, por decreto, outras regras necessárias para a boa prestação do serviço de transporte individual de passageiros, além das estabelecidas nesta Lei.

 

§ 2º O descumprimento das regras estabelecidas neste artigo implicará nas seguintes penalidades:

 

I - Suspensão de 02 (dois) dias e multa de 20% (vinte por cento) sobre o salário mínimo na primeira infração.

 

II - Suspensão de 04 (quatro) dias e multa de 40% (quarenta por cento) sobre o salário mínimo na segunda infração.

 

III - Suspensão de 08 (oito) dias e multa de 80% (oitenta por cento) sobre o salário mínimo na terceira infração.

 

IV - Cancelamento da concessão e multa de 02 (dois) salários na quarta e última infração.

 

Art. 9º Para o cumprimento desta Lei serão observados os seguintes princípios:

 

I - Todo acusado de ter infringido preceitos desta Lei terá o prazo de 05 (cinco) dias para apresentar defesa escrita perante a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos.

 

II - Das decisões do Secretário Municipal de Obras e Serviços Urbanos caberá recursos extraordinário, no prazo de 05 (cinco) dias para o Prefeito Municipal, em caso de decisão absolutória, devendo este recurso ser feito de oficio pelo Secretário,

 

III - Em caso de decisão contrária ao apenado ou quando a decisão for manifestamente contrária à Lei ou divergir de decisão adotada anteriormente, poderá ser apresentado recurso, no mesmo prazo, a Assessoria Jurídica da Prefeitura Municipal.

 

IV - Adotada a decisão de sanção pecuniária, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos deverá remeter cópia a Divisão da Receita do Município para inscrição em dívida ativa e remessa a Assessoria Jurídica para do Município para execução fiscal.

 

V - Quando aplicada pena de multa, isolada ou cumulativamente, enquanto não paga esta, o apenado estará, automaticamente, com sua concessão suspensa

 

Art. 10. Aqueles que já exploram o comercio de taxi no Município deverão, no prazo de 06 (seis) meses , a partir da sanção desta Lei, providenciar a renovação de sua concessão nos moldes desta Lei e, aqueles que exploram a mais de 06 (seis) meses e não tem concessão, deverão comunicar imediatamente a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Urbanos, requerendo a concessão, caso em que, após comprovação do prazo de exploração e preenchimento dos requisitos exigidos por esta Lei, poderá o Prefeito Municipal dar a concessão independentemente de licitação e de cobrança de taxa para fornecimento da mesma.

 

Parágrafo Único. A taxa a ser cobrada pela concessão de ponto de táxi será a que for estipulada pelo Código Tributário Municipal ou por Lei especifica para o caso.

 

Art. 11. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

Registre-se, publique-se, cumpra-se.

 

Gabinete do Prefeito Municipal de Vila Pavão, Estado do Espírito Santo, aos nove dias do mês de maio de mil novecentos e noventa e quatro.

 

ERNO JULIO DIETER

PREFEITO MUNICIPAL

 

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Vila Pavão.